
Da série: “50 máquinas que mudaram o rumo história”. Chegamos na sétima que tem uma diferença em relação às demais já citadas, ela não foi construída pelo seu inventor, Charles Babbage (1791-1871). Uma versão completamente fiel a sua Máquina Diferencial N°2, só seria desenvolvida no século XX, quando o Museu Nacional de Londres encomendou uma máquina em funcionamento para as comemorações do bicentenário de nascimento de Babbage em 1991. .
Por está no auge da revolução industrial o governo Britânico apesar de não ser tão generoso, investiu 1700 libras no projeto, mas depois de 10 anos cortou todo o incentivo ao perceber que o projeto jamais seria concluído, pois seu inventou passou a de dedicar a um projeto mais ambicioso, o Engenho Analítico, que caso tivesse sido construído a Máquina Diferencial de Babbage teria sido o primeiro computador programável do mundo um século antes do alemão “Z1”. O financiamento que partiu do governo Britânico não foi por filantropia ou busca por ciência, pois diante da revolução industrial os profissionais de diversas áreas da indústria necessitavam de tabelas matemáticas e astronômicas pré-fabricadas e exatas para os cálculos serem mais precisos.
Em 1823 Francis Baily escreveu um artigo e listou 12 tabelas matemáticas, que incluíam logaritmos, elevações matemáticas, que incluíam logaritmos, elevações ao quadrado e ao cubo e várias tabelas astronômicas usadas como auxiliares de navegação, que embora já existissem, ele descobriu diversos erros, onde sua grande parte acrescentada durante a etapa da tipografia. Babbage também compartilhava das mesmas preocupações de Baily quando escreveu em 1821:
“Quem me dera esses cálculos tivessem sido executados por uma máquina a vapor”.
As duas Máquinas Diferenciais receberam nomes simples (um e dois). Elas deveriam ser calculadoras mecânicas movidas a manivela e criar tabelas livres de erros ao utilizarem o método de Isaac Newton das diferenças divididas. Para simplificar o trabalho das Máquinas, Babbage removeu os métodos de multiplicação e divisão por serem mais complexos e adotou o método de adição, onde para subtrair basta apenas usar um sinal negativo. .
A Máquina Diferencial N° 2 era capaz de armazenar oito números de até 31 dígitos e tabular com precisão polinômios de sétimo grau.
Antes do Museu de Ciência concluir com sucesso a Máquina Diferencial N°2 ocorreram diversas tentativas de se construir máquinas diferenciais. Até que em 1850 os empreendedores Suecos George Schetz (1785-1873) e seu filho Edvard construíram diversas versões da Máquina Diferencial.
Ao contrário da versão de Babbage, que chegava a ocupar uma sala inteira, as versões de Schetz era menos que chegavam a caber em cima de uma mesma, mas em relação aos termos técnicos e matemáticos eram inferiores. A melhor das máquinas de Schetz só tinha a capacidade de armazenar quatro números com 15 dígitos, onde uma delas foi vendida ao Cartório de Londres em 1859, mas por não apresentarem dispositivos de segurança, era difícil de operar e sofria bastante avarias. Schetz não teve sucesso em sua construção e foi a falência.
“O objetivo que o Sr. Babbage tem em mente ao construir esta máquina é a criação e impressão de tabelas matemáticas de todos os tipos, totalmente livres dos erros produzidos durante cada cópia individual.” (FRANCIS BAILY, AsrRONOM/SCHE NACHRICHTEN (1823)).
Referência Bibliográfica
CHALINA, Eric. 50 Máquinas que mudaram o Rumo da História. Tradução de Fabiano Morais. Rio de Janeiro. Sextante. 2014.