Eça de Queiroz
O português José Maria de Eça de Queiroz foi romancista, contista, advogado, jornalista, conferencista, diplomata e é considerado um dos mais importantes escritores de Portugal, sendo um dos pioneiros da literatura realista em seu país, e autor do melhor romance realista português do século XIX, sendo o único romancista português que conquistou fama internacional em sua época.
Ele começou sua carreira de escritor dirigindo o jornal “O Distrito de Évora”. Ele escrevia habitualmente para o Jornal Gazeta de Portugal e era fundador do Folheto Mensal “As farpas”. Além disso, Eça de Queiroz trabalhou como administrador municipal em Leiria e como cônsul de Portugal em Havana e na Inglaterra.
Suas principais obras foram: O Mistério da Estrada de Sintra (Com Ramalho Ortigão), O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, O Mandarim, Os Maias, Correspondência de Fradique Mendes, A Ilustre Casa de Ramires, A Cidade e As Serras, Prosas Bárbaras, Cartas de Inglaterra, Ecos de Paris, A Capital, O Conde de Abranhos e O Egito.
Dom Afonso X, o Sábio
Afonso de Leão e Castela, conhecido como Afonso, o Sábio e Afonso, o Astrólogo, foi um dos grandes incentivadores e apoiadores da cultura e da literatura ibérica, dono de vasta produção nas áreas jurídica, literária e histórica da Península Ibérica.
Dom Afonso X promoveu atividades culturais em diversos níveis e foi o responsável pela primeira reforma ortográfica da língua castelhana. A obra mais divulgada em seu reinado foi a tradução da Bíblia, seguida pela tradução do Talmud.
Dentre suas principais obras estão: Cantigas de Santa Maria, Cancioneiro, Fuero Real de Castela, Siete Partidas, História da Espanha, História Universal, Lapidário (tratado sobre as propriedades de pedras, gemas e metais), O Livro dos Jogos (xadrez, dados, dama, gamão e jogos de tabuleiro), Fabulário, El Libro del Saber de Astronomia, Tabelas Afonsinas (sobre a posição dos planetas); além de 44 Cantigas de amor e 430 composições musicadas.
Afonso X, o Sábio é considerado o maior trovador e poeta em língua galaico-portuguesa (língua oficial da Península Ibérica no século XIII) e um dos maiores consolidadores das línguas galega e portuguesa de seu tempo. Ele fomentava ainda estudos e investigações em astronomia e astrologia e ordenou a instalação de um observatório astronômico no reino.
Um dos maiores feitos de Dom Afonso foi a ter liderado grupos de intelectuais cristãos, judeus e árabes na Escola de Tradutores de Toledo (século XIII), onde todos trabalhavam juntos e em harmonia pesquisando, investigando, traduzindo e publicando obras. Com Dom Afonso X, a escola alçou o status de Centro de Tradução, e passou a produzir obras inéditas e a oferecer cursos de idiomas e de técnicas de tradução.
A Escola de Tradutores de Toledo recebia acadêmicos de várias partes do mundo que trabalhavam como colaboradores ou como contratados do Reino de Castela.
Violante do Céu
Nascida em 30 de maio em Lisboa, filha de Manuel da Silveira Montesino e Elena Franco de Ávila, cuja família era muito influente e vinculada à nobreza de Portugal, Violante de Ávila da Silveira Montesino, foi a mais importante escritora barroca portuguesa.
Ela começou a escrever pequena em português e em espanhol e se dedicou à música como instrumentista. Estudou Artes Liberais (Letras e Poesia) seguindo seus estudos em Formação Humanística.
Violante tinha 12 anos quando começou a apresentar seus manuscritos. Ela encenou duas peças em Lisboa para os Reis Felipe II e III que eram comédias de sua própria autoria intituladas “A Transformação por Deus” e “Santa Engracia”.
Violante decidiu abraçar a vida como religiosa, até mesmo para que pudesse especializar-se em literaturas, estudos sociais e culturais, filosofia, teologia e música, o que naqueles tempos só era permitido se a mulher estivesse vinculada a uma ordem religiosa. Violante tornou-se freira do Convento de Nossa Senhora da Rosa, da Ordem de Santo Domingo, em Lisboa. A partir do momento em tornou-se freira adotou o nome de Sor Violante del Cielo (Violante do Ceo e Sóror Violante do Céu). Como irmã dominicana, ela desenvolveu intensa atividade social e cultural, e recebia visita de amigos dentro do convento. Muitos destes amigos eram artistas e personalidades da Europa como Manuel de Faria e Sousa, Miguel Botelho de Carvalho e Antônio Figueira Durão.
Violante é até os dias atuais denominada no mundo literário e cultural como “A Fênix dos Engenhos Lusitanos” e como “A Décima Musa” tanto em Portugal quanto na Espanha (essa última em uma alusão elogiosa a uma declaração de Platão em relação à escritora Sappho de Lesbos). Violante foi indicada a premiações, ganhou vários prêmios e foi um nome consagrado nas academias literárias de seu tempo.
Várias famílias eram homenageadas por Violante quer em Rimas quer em Parnaso como os Noronhas, os Lencastres e os Castros. Ela também compôs uma canção dedicada ao renomado dramaturgo e poeta espanhol Félix Lope de Vega y Carpio.
As edições de suas obras rapidamente se esgotavam dentro e fora de Portugal e ela era lida por todos os membros das Monarquias lusitana e hispânica, o que incluía vários Reis de Portugal e muitos integrantes da dinastia Bragança.
Suas obras mais proeminentes foram: Obras em Fênix Renascida ou Obras dos Melhores Engenhos Portugueses (Volume I ao V), Obras em Postilhão de Apolo – Volume I e II, Parnasso Lusitano de Divinos e Humanos Versos, Lisboa, Rimas Várias (26 composições), Rimas varias de la Madre Soror Violante del Cielo, religiosa en el monasterio de la Rosa de Lisboa, Rouen, França e Romance a Christo Crucificado.
Fernando Pessoa
O português Fernando António Nogueira Pessoa foi poeta, dramaturgo, editor, ensaísta, contista, tradutor, filósofo, publicitário, inventor, crítico literário e político, e correspondente. Ele falava fluentemente inglês, francês, espanhol, alemão, grego e latim, e é considerado como uma figura central do modernismo português.
Pessoa foi crítico literário da revista Águia, escreveu na Revista Presença e fundou a Revista Orpheu e a Editora Olisipo, e com Ruy Vaz fundou a Revista Atena; com um de seus cunhados dirigia a Revista de Comércio e Contabilidade.
Muito ativo e produtivo, Fernando Pessoa liderou um movimento português chamado Paulismo, organizou e montou uma tipografia enquanto trabalhava como correspondente estrangeiro em casas comerciais.
Ele também atuava como tradutor e tem um vasto trabalho na área, especialmente, em traduções de obras de Edgar Allan Poe, Thomas Moore, Percy Bysshe Shelley, Aleister Crowley e até mesmo um Tratado de Teosofia e outras obras correlatas como as de Helena Blavatsky e Aleister Crowley.
Fernando Pessoa foi indicado pelo lingüista russo Roman Jakobson para ser incluído no rol de grandes escritores do planeta ao lado de James Joyce e Igor Stravinski.
Pessoa escreveu seus primeiros poemas em inglês e, muitas vezes, sob heterônimos ou pseudônimos – estima-se cerca de 70 – sendo os mais conhecidos: Alexander Search, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Bernardo Soares, e Alberto Caeiro. Pouco conhecido, por tratar-se de um heterônimo de infância, está Chevalier De Pas. Ele escreveu e atuou como Raphael Baldaya, astrólogo, após estudar profundamente Astrologia, tendo sido grande estudioso da Maçonaria e da Rosa-Cruz.
Dentre suas principais obras estão: Do Livro do Desassossego, 35 Sonnets, Antinous, English Poems, I, II e III, Mensagem. Poesias de Fernando Pessoa, Poesias de Álvaro de Campos, A Nova Poesia Portuguesa, Poesias de Alberto Caeiro, Odes de Ricardo Reis, Poemas Dramáticos, Textos Filosóficos, Cartas de Amor de Fernando Pessoa e Sobre Portugal.
João de Barros
João de Barros, historiador, geógrafo, cronista e lingüista, foi educado na Corte de Dom Manuel I em Humanidades, Línguas (latim, grego e hebraico) e Literatura Clássica. Ele era amigo pessoal de Dom João III e acompanhou todo o processo de descobrimento do “Novo Mundo”.
João de Barros foi o responsável pela elaboração e publicação, em 1540, da Gramática da Língua Portuguesa, um livro ilustrado que trazia em anexo os diálogos e princípios morais da Igreja Católica, obra considerada como o primeiro livro ilustrado impresso do mundo.
João de Barros é considerado o primeiro grande historiador de Portugal e exímio humanista, com uma prolífica carreira literária. Para os acadêmicos, ele é, ao lado Camões, referência máxima em cultura e literatura em língua portuguesa, e é apontado como uma das maiores autoridades em História Portuguesa.
De Barros dedicou sua vida a escrever sobre Artes Liberais e Humanísticas (Língua Portuguesa, Literaturas, Filologia e Lingüísticas), Estudos Sociais, Historiografia, Comércio e Expansão Marítima, Ética, Moral, Pedagogia e Filosofia Política.
Suas principais obras foram: Gramática da Língua Portuguesa, Crónica do Imperador Clarimundo (O Clarimundo), Ropicapnefma (Ou Mercadoria Espiritual), Panegírico de Dom João III, Diálogo da Viciosa Vergonha, O Diálogo de Preceitos Morais, Dialogo Evangélico Sobre os Artigos da Fé, Panegírico da Infanta Dona Maria, Décadas da Ásia, O Diálogo de João De Barros com dois filhos seus sobre Preceitos Morais, Cartinha de João De Barros (Cartilha) e Diálogo em Louvor da Nossa Linguagem.
A Condessa de Proença
Nascida em 8 de junho em Famalicão, Anadia em Portugal, filha de Francisco Augusto Furtado de Mesquita Paiva Pinto, 1º. Conde de Foz de Arouce e Maria Joana de Bourbon Melo Giraldes de Sampaio Pereira, Maria de Melo Furtado Caldeira Giraldes de Bourbon foi uma importante escritora e compositora que assinava suas obras sob o pseudônimo de M. Grisalde, sendo Grisalde, um anagrama para Giraldes.
A Condessa costumava oferecer serões em que recebia cantores e instrumentistas ligados à Canção de Coimbra, onde muitas vezes ela mesma acompanhava os cantores ao piano e musicava poemas. Ela era extremamente culta, apreciava a literatura e o fado. Gostava de organizar divertimentos nos solares de suas residências a fim de promover boas músicas e boas trovas.
A Condessa de Proença foi uma grande incentivadora de novos escritores, poetas, músicos e cantores de sua região, oferecendo a oportunidade de novos e desconhecidos talentos se apresentarem para membros da nobreza local. Ela ajudou muitos estudantes de música e literatura a se consolidarem, especialmente aqueles ligados ao fado e à literatura nacionalista do romantismo e do ultra-romantismo. Os saraus na “quinta de Famalicão” ganharam notoriedade por seu bom gosto e elegância. Por seu talento e trabalho literário e musical, Grisalde ficou conhecida como a “Condessa do fado de Coimbra”.
Como escritora, Grisalde era bastante versátil, pois escrevia histórias infantis e também poemas e canções a partir do lied schubertiano com uma dimensão patriótica que invocava restauração nacional trabalhando a realidade histórica. Seu ponto forte era poesia lírica e as trovas que discorriam sobre a alma portuguesa com bastante sentimentalismo. Ela compôs músicas sobre poemas de autores como Almeida Garrett, Correia de Oliveira e António de Cértima. Estudiosos acreditam que ela compunha histórias também para as crianças com o objetivo de semear nelas o gosto por poesia lírica e fado.
Grisalde foi responsável pela organização de matinês em seu palácio entre os anos de 1899 e 1903, que constituíam eventos marcantes na história da música portuguesa. O público era sempre numeroso e sempre contava com uma boa quantidade de jornalistas para noticiar os acontecimentos. A peculiaridade dos eventos no palácio da Condessa era que, diferentemente dos que ocorriam habitualmente em Lisboa à sua época, em seu palácio havia forte presença feminina, e bastante aceitável, e muitas vezes, tinha a Condessa determinou-se a auxiliar as mulheres a alcançar uma colocação social e até mesmo profissional nas áreas de literatura e música.
Suas obras mais relevantes foram: As Minhas Asas (solo e coros, sobre um poema de Garrett), As Nossas Poetisas, Auto do Fim do Dia (solo e coros sobre o poema de Correia de Oliveira), Avé Marias (sobre poema de Teófilo Braga), Cânticos Religiosos, Melodias Portuguesas, No Calvário (solos e coros), Os Nossos Poetas e Os Nossos Concertos e Alguns Séculos de Música (impressões de Arte).
Ramalho Ortigão
José Duarte Ramalho Ortigão foi um importante escritor português, muito amigo de Eça de Queiroz. Ele foi colaborador no Jornal do Porto e no jornal monárquico O Correio: Semanário Monárquico.
Ele atuou como Comendador da Ordem Militar de Cristo e Comendador da Imperial Ordem da Rosa do Brasil, além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda. Ele também foi secretário e oficial da Academia Nacional de Ciências, vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, da Academia das Belas Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio De Janeiro e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro.
Suas principais obras foram: Em Paris, O Mistério da Estrada de Sintra (Com Eça de Queiroz), Biografia de Emília Adelaide Pimentel, Histórias Cor-De-Rosa, As Farpas (Com Eça de Queiroz), Banhos de Caldas e Águas Minerais, As Praias de Portugal, Teófilo Braga: Esboço Biográfico, Notas de Viagem, A Lei da Instrução Secundária Na Câmara dos Deputados de Portugal, A Holanda, John Bull – Depoimento de uma Testemunha Acerca de Alguns Aspectos da Vida e da Civilização Inglesa, O Culto da Arte Em Portugal, Dom Carlos, O Martirizado, e Carta de um Velho a um Novo.
A Marquesa de Alorna
Leonor de Almeida Portugal de Lorena e Lencastre, a Marquesa de Alorna e Condessa de Assumar, foi a mais importante escritora portuguesa entre os séculos XVIII e XIX. Considerada “lendária”, era exímia poetisa, ilustradora e pintora, um dos principiais nomes do arcadismo português e considerada uma das jovens mais cultas de seu tempo.
Filha de D. João de Almeida Portugal, segundo Marquês de Alorna e quinto Conde de Assumar, Leonor era leitora de Voltaire, Rousseau e Montesquieu, gostava de ler enciclopédias e estudava latim, francês, inglês, alemão e árabe.
A Marquesa desde muito cedo tinha sede de aprender. Gostava de música e literatura, especialmente poesia. Ela começou a escrever muito cedo e seu talento para as artes literárias recebeu muitos incentivos.
A Marquesa de Alorna trabalhou no Convento de São Félix em Chelas como enfermeira, refeitoreira e organista. No tempo livre pintava e escrevia inúmeros poemas. Atuava também como tradutora. Ela traduziu muitas obras de Lamartine, Alexander Pope, Oliver Goldsmith, entre outros.
Aos 18 anos ela casou-se com o Conde de Oyenhausen-Groewenbourg, o que a tornou Condessa de de Oyenhausen-Granvensburg. Sua madrinha de casamento foi a Rainha Dona Maria, que também era princesa do Brasil, e o padrinho foi Dom Pedro III de Portugal, o Edificador (justamente os pais do Rei Dom João VI ).
Alguns anos depois, a Marquesa ficou viúva e pobre. Contudo, foi justamente nesta época ela abriu sua humilde casa para receber escritores e filósofos. Manuel du Bocage, Alexandre Herculano e Madame de Staël eram visitantes freqüentes. A residência tornou-se um prestigiado reduto para debates literários, culturais e políticos, onde aconteciam tertúlias, saraus e salões literários. A Marquesa, então, fundou a Sociedade da Rosa. Um dos maiores objetivos da Marquesa, segundo historiadores, teria sido levar conhecimento e educação para todas as pessoas, e é apontada como a grande responsável pela criação (por Dona Maria II) das primeiras escolas para mulheres no Reino de Portugal.
A Marquesa recebeu os títulos de Dama das Ordens de Santa Isabel de Portugal e da Cruz Estrelada da Áustria, Comendadora da Ordem de São João de Jerusalém, Dama de honra de Dona Carlota Joaquina, da Sereníssima Regente Infanta Dona Isabel Maria de Bragança e da Rainha Dona Maria II de Portugal.
Suas obras mais significativas foram: A Pena e o Tinteiro, Alcipe da Nova Arcádia, Ao Clima de Inglaterra, Às Musas, Eu Cantarei um Dia de Tristeza, Lusitânia querida!, No Limiar do Romantismo, e O Pirilampo e o Sapo.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia de Mello Breyner Andresen, foi uma grande poetisa, contista, ensaísta e tradutora portuguesa.
Sophia traduziu livros de Dante Alighieri e de Shakespeare, e foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa: o Prêmio Camões, e também a ser condecorada como grande-oficial da Ordem Militar de Sant’iago da Espada de Portugal e Grã-cruz da Ordem do Infante Dom Henrique de Portugal.
Suas principais obras foram: O Dia do Mar, Coral, No Tempo Dividido, Mar Novo, Livro Sexto, O Cristo Cigano, Geografia, Grades, Dual, O Nome das Coisas, Navegações, Ilhas, Musa, Signo, O Búzio de Cós, Orpheu e Eurydice, A Menina do Mar, A Fada Oriana, O Cavaleiro da Dinamarca, O Rapaz de Bronze, O Colar, Filho de Alma e Sangue, A Poesia de Cecíla Meyrelles, Hölderlin ou O Lugar do Poeta, Ensombramentos e Descobrimentos, e Luís de Camões.
Créditos da imagem: O verso do inverso
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