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Estados Unidos e Coréia do Norte: problema resolvido?

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Após Kim Jong Un e Donald Trump trocarem farpas e exibirem mísseis de forma indireta, os chefes de estado se encontram.

A reunião histórica ocorreu em junho, na ilha de Sentosa em Singapura. A partir dela, não houveram mais insultos pelas redes sociais por parte de um dos presidentes e nem mísseis lançados entre eles. Para esse encontro acontecer, foi preciso um esforço maior de uma das partes, e veio da mais improvável: de Kim Jong Un. O líder Norte Coreano disse ao assinar o acordo de paz com Trump: “o mundo verá uma grande mudança” e “decidi deixar o passado para trás”. Nunca se imaginou um encontro formal entre um líder da Coréia do Norte e um presidente dos Estados Unidos. Kim acabou com uma rivalidade que permaneceu entre os dois países por mais de 60 anos. A pergunta é: por quê? Primeiro, veja o que foi acordado entre eles:

  • Se comprometem a estabelecer relações de acordo com o desejo de seus povos pela paz e prosperidade;
  • Irão unir esforços para construir um regime de paz estável e duradouro na Península Coreana;
  • A Coreia do Norte se compromete a trabalhar em direção à completa desnuclearização da Península Coreana (reafirma a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018);
  • Se comprometem a recuperar os restos mortais de prisioneiros de guerra, incluindo a imediata repatriação daqueles já identificados.

Os quatro pontos do acordo de Kim e Trump são relacionados e dizem respeito à desnuclearização da Coréia de Kim e a um tratado oficial de paz em relação à Coréia do Sul de Moon Jae-in. Em setembro, o presidente sul-coreano foi convidado por Kim para um encontro na capital da Coréia do Norte, Pyongyang, e oficializaram o fim da guerra da Coréia. Claramente Kim Jong Un fez duas coisas que seus antepassados jamais fariam. Um motivo provável dessa guinada de Kim, pode ser relacionado com a sua educação. Seu pai, Kim Jong Il e seu avô Kim Il-Sung (que o antecederam no poder) tiveram uma formação acadêmica parecida. Cresceram em domínios comunistas e ideais Marxistas, sem contato nenhum com o capitalismo. Mas no caso de Kim Jong Un, a história foi diferente, pois estudou na Suíça durante alguns anos.  

Seu contato com o capitalismo, embora há relatos que renunciou aos ideais do ocidente após retornar, pode ter despertado o desejo de trazer para seu país o que viu fora da “cúpula” coreana. Em 2013, Kim convidou a ex-estrela da NBA, Dennis Rodman juntamente com a famosa equipe de basquete Harlem Globetrotters para uma partida com o time local da Coréia do Norte. A família Kim sempre foi fã do esporte. Em 2000, Kim Jong Il foi presenteado pela secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, com uma bola de basquete autografada por Michael Jordan. É curioso, pois o basquete é um esporte legitimamente americano. O amor por esse esporte foi passado de pai para filho. A semente plantada pela ex-secretária Albright, germinou e talvez possa ter ajudado na aproximação total dos países.

Donald Trump, em entrevista ao jornal ABC News, foi questionado sobre confiar em um assassino que executou o próprio tio de forma cruel e que promove a fome e escravização de seu povo. Em resposta, disse que Kim Jong Un deu um primeiro passo importante, vai desnuclearizar a Coréia do Norte, e está disposto a fazer a coisa certa.

Por enquanto, segundo Trump, a relação dele com Kim Jong Un é estável. É o que afirma o presidente americano em sua conta no twitter:

“Muitas pessoas perguntaram como estamos indo nas negociações com a Coréia do Norte – Eu sempre vou responder dizendo que não há com o que se preocupar, pois existe um potencial maravilhoso para um grande sucesso econômico naquele país…”

“…Kim Jong Un enxerga melhor do que ninguém e vai tirar vantagem disso para seu povo. Nós estamos indo bem.”

Rivalidade – Após a Segunda Guerra Mundial, a Coréia foi dividida politicamente, como permanece até hoje. Durante a Guerra da Coréia (1950-1953), o lado Norte tinha o apoio militar da China e Rússia (antiga União Soviética), enquanto o Sul era auxiliado pelas tropas americanas e inglesas. Por 68 anos, os Estados Unidos continuou como inimigo da Coréia do Norte.

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